quinta-feira, 28 de maio de 2009

Now I feel better...

Ally McBeal,sempre!!!
Como são as coisas, aqui neste fim do mundo, vou ter tempo para ver toda a serie sem os intermináveis intervalos da TVI.

Para quem não se lembra...aqui vai um dos maravilhosos hits...

Lá está...tenho que ver as coisas pelo lado positivo e relaxar...

Os Mucunha...

Meus amigos, estou a ficar farta desta malta.

Desde que cheguei que não ouço outra coisa que não seja: "Marta, não confies, esta malta traí e olha que o fazem pela calada" . Quem me conhece sabe, que não me está no sangue desconfiar, antes pelo contrário confio sempre, até demais e por ser assim sempre me dei bem, até ter vindo para estas bandas...

Tenho estado ausente porque estou cansada.
São constantes as desilusões e eu não as mereço!

Aqui ser branco é sinónimo de ter dinheiro, consideram-nos como multibancos, assim que saio à rua, não demora muito e quando olho à minha volta tenho sempre dois, três miúdos atrás de mim: " Senhora, estou a pedir...Senhora...."e não largam, tenho mesmo de ser mal educada e dizer que lá por ser branca não sou rica, antes pelo contrário cada vez estou mais pobrezita.

Mas isto para dizer o quê?!
No espaço de uma semana descobri que duas das pessoas que trabalham para nós que nos são próximas traíram-nos, isto é roubaram-nos.

Estou parva, saber que foi possível, que confiei e que se armaram em mais espertos, pessoas que comiam à minha mesa, com quem partilhava a minha vida, que ajudava dentro das minhas possibilidades. O que mais me irrita é que não se envergonharam nem mostraram qualquer arrependimento, antes pelo contrário, desculparam-se dizendo que o que fizeram está enraizado na cultura que diz que "Tirar a branco (mucunha) não é considerado roubo", haja paciência, por favor, tirem-me daqui!
Preciso desesperadamente do colinho de quem me quer bem...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A bela da praia...

Como uma imagem vale mais que mil palavras, vejam e roam-se de inveja...a tão aguardada...

sábado, 16 de maio de 2009

A terra vermelha...




África, para mim, a terra abençoada por Deus...

domingo, 10 de maio de 2009

A escola...

Todos nós andámos na escola, uns mais tempo que outros, mas todos nos lembramos da nossa escola primária. O edifício grande, normalmente de dois andares com muitas salas, as casas-de-banho divididas por sexo, o famoso intervalo onde as meninas brincam com as meninas e os meninos dão os primeiros passes na bola, e claro...o/a professor (a) que ensina a escrever, a ler e, claro, o martírio da tabuada. A partir daí a escola ganha lugar de casa, a nossa segunda casa.


Aqui a escola pode ser diferente, é diferente na maioria das vezes, aqui são raras as crianças que têm aulas dentro de quatro paredes, que têm uma secretária para colocar os livros, os cadernos, as canetas de cheiro e uma cadeira com encosto para colocar a mochila bonita que os pais compraram no hipermercado. Para estes meninos, poder frequentar a escola é quase um luxo, luxo este que não tem como brinde as coisas bonitas a que nós fomos habituados. Estes meninos e meninas têm que percorrer quilómetros a pé para chegar à escola, a maioria deles para terem aulas à sombra de uma árvore, sem cadernos, sem mochilas bonitas, sem nada...apenas trazem vontade de aprender a língua dos mucunha (brancos).

No outro dia, fomos fazer uma distribuição de material a uma escola. Decidi assistir a uma aula para ter uma ideia de como é uma aula dada em África. Sentei-me no chão e misturei-me com a turma da quarta classe, queria mesmo sentir que estava a regressar à primária. Ia começar o ditado, o Professor perguntou:

- Meninos estão preparados?! E todos em coro responderam:

- Sim, Senhor Professor!

Começou então o ditado e eu, cusca como sou, comecei logo a olhar para o caderno do vizinho, desta vez não para copiar, mas sim para confirmar como estavam a escrever.
Confirmei aquilo que suspeitava, muitos daqueles meninos, mesmo estando na "quarta classe", não sabem ler nem escrever, também que poderiamos exigir desta malta, esperávamos o quê? Milagres?!


Mas o milagre aconteceu, e aconteceu quando menos esperava, o Hélder, um menino no meio de tantos meninos que se sentou à minha frente, fez-me sentir mesmo orgulhosa, assim como me senti no jogo da Selecção contra a Inglaterra, aqueles penaltis defendidos pelo Ricardo, esse orgulho!



Quando olhei para o seu caderno reparei que apenas tinha um erro, trocou o d pelo t, fogo....fiquei pasma, como vontade de lhe trazer um livro e de lhe dizer continua a estudar e não desistas, ouviste?! Tu vais conseguir!!!



Estamos a falar da quarta classe, mas não podemos esquecer que o grau de exigência é diferente, tem obrigatoriamente de ser diferente do nosso, não há condições para comparações!


É assim no mato, em cem meninos, um terá chances de continuar a estudar, isto se os pais não tiverem que mudar de casa porque a machamba (horta) não foi suficientemente produtiva para alimentar a família. É assim a vida por estas bandas...


Música, maestro...

Já lá vão cinco ou seis anos desde a primeira vez.

Estava a passear alegremente pela Rua Guerra Junqueiro no centro de Lisboa, quando ouvi esta música.

A partir daí os O'questrada, posso afirmar sem medo e vergonhas mas com muito orgulho, fazem parte da minha vida, desde a primeira muitas muitas vezes se seguiram, fosse no Bairro Alto onde tocavam em muitas tasquinhas até...sei lá...até na China, é verdade como este mundo é...os O'questrada também foram tocar à China.

Que dizer sobre esta gente, não me vem a cabeça outra coisa que não seja, libertam-me, dão-me vontade de saltitar e rodopiar de mãos dadas, pôr as mãos nas ancas e abanar-me como se estivesse no verdadeiro bailarico, eu assumo-me sou uma mulher de bailaricos, daqueles de aldeia, os bailaricos de aldeia que fizeram parte da minha infância, saudades é o que sinto quando os oiço.

Vejam e digam-me o que acham, e claro para quem está em Portugal e não conhecia, já sabe, tem agora a oportunidade de os ver e de ouvir o primeiro cd que irá ser lançado durante este mês, portanto oiçam... :)


Africando...

Bom, afinal não custou tanto escrever "o primeiro", ser o primeiro tem que se lhe diga, não sei se vos aconteceu o mesmo, mas antes de o ter escrito, pensei inúmeras vezes naquilo que iam pensar enquanto lêem, longe de mim, fazer um blog lamechas, nada disso.

Quem me conhece sabe que sou uma moça de aventuras, toda a minha vida, não sei bem porquê fui vivendo coisas, que somadas já são dignas de um livro.

Esta última aventura teve início há um mês e intitulei-a de "Africando", isto para dizer a quem ainda não sabe que me minha pessoa, Maria Papoila, desembarcou em África no dia um de Abril, nem de propósito, dia das mentiras, encontro-me precisamente em Mooooçambique, ah pois é, depois de Europa de Leste, China e afins, Irlandas e coijjjos porque não as Áfricas?!

É dose, é o que vos digo, e o mais engraçado é que prometo sempre que desta vez é que é, vai ser a última vez que vivo fora e já ando nisto já lá vai três anos.

Explicação para este rebuliço de vidas vividas, sinceramente não sei, acho que o mal está em começar e depois lá está como qualquer vício entranha-se e virá "o pôbrema".

O meu grande mal é a distância. Seria tão mais fácil se pudéssemos transportar aqueles que amamos dali para aqui, afinal seria bom para todos.

Eh lá, já estou para aqui a escrever um testamento...nunca pensei que conseguisse escrever uma frase que fosse, mas olha, afinal, até estou a gostar... :)

Bom, sobre tudo aquilo que já vivi terei muito tempo para falar, agora o importante é o presente, Moçambique.

Estou em Nampula, isto é, a norte e na segunda maior cidade deste país. Estar a viver numa cidade, sendo a cidade em África, é relativizar a ideia que se têm e que sempre tivemos do que é uma cidade.

Para mim Nampula é cidade porque têm todos os serviços estatais, meia dúzia de ruas com mais movimento, alguns bancos inluíndo o Barclays, só visto, de resto esta tudo destruído, muito muito lixo nas ruas e claro, o que mais há é buracos nas chamadas "estradas".

O mais triste é pensar que na era colonial davam o nome de Nampula, a linda. Incrível como as coisas são...!
Admito, estou desiludida! Não era esta a imagem que tinha na minha cabeça, não era esta a África onde pensei vir a viver, é tudo tão diferente...
Bom, mas como nem sempre as coisas são como nós queremos, tenho que ver esta aventura pelo lado positivo e lembrar-me que afinal nem todos têm esta oportunidade, e lá pela cidade não ser uma maravilha não me poderei queixar, estou mais perto e posso ajudar quem mais precisa, as crianças africanas, já para não falar das praias e ilhas de sonho que por aqui existem, lá está...afinal há sempre o tal lado positivo ;).

sábado, 9 de maio de 2009

A mensagem...

Porque a distância teima em permanecer e porque me sinto cada vez mais longe de quem me diz tanto, decidi também aderir a estas modernices e começar a contar a história, acreditando que não há nada que não se resolva e que acima de tudo...a distância se encurte.

Para todos aqueles que fizeram, fazem e quem sabe um dia possam vir a fazer parte da minha vida, aqui começa a obra "Histórias da Maria Papoila, a minha pessoa".